Após meses de uma negociação difícil, na qual os sindicatos enfrentaram não apenas a tensão de obter avanços em uma realidade econômica e social de crise como também a insegurança gerada pelas ações temerárias do governo do estado, ao anunciar logo após a reeleição do governador Ratinho Junior (PSD) a sua intenção de privatizar a empresa com o projeto da Corporação Copel, finalmente foi possível construir uma proposta na qual cada item foi objeto de profunda discussão para que resultados positivos fossem obtidos em prol de copelianas e copelianos. Depois de três rodadas de votação e duas recusas maiúsculas das propostas anteriores, as bases aprovaram, com 63,25% dos votos, a terceira proposta.
No total, foram 4645 votos (82,23% do total de aptos a votar), divididos da seguinte forma:
SIM: 2945 votos – 63,25%
NÃO: 1700 votos – 36,51%
BRANCOS, NULOS e ABSTENÇÕES: 11 votos
Validade: dois anos (outubro/22 a outubro/24)
A Copel comprometeu-se com os sindicatos a pagar ainda em janeiro os valores retroativos de outubro (aniversário da data-base) até agora para @s copelian@s.
PDV, Corporação e privatização
O projeto da Corporação Copel trouxe um cenário de completa incerteza para trabalhadoras e trabalhadores. A empresa estima que o processo será concluído em outubro de 2023 e o temor de demissões em massa assoma a base. A Copel buscou assegurar regras para desligamentos por meio de um PDV estendido até 2027, como consta na proposta apresentada. Além de questionar juridicamente a proposta do governo estadual e as sessões da Assembleia que, na correria, a aprovaram, os coletivos sindicais conseguiram colocar um “mecanismo de shutdown” na proposta que, caso o projeto da corporação acabe por não vingar, o PDV seja automaticamente cancelado.
Com a posição do novo governo federal em rever todos os processos de privatização no país, a ideia do Executivo estadual pode dar com os burros n’água, visto que a União tem 12,4% das ações votantes da Copel (via BNDESPAR), o que é mais do que o propalado limite máximo de 10% de ações votantes que cada investidor de porte poderia ter e o suficiente para dar ao Governo Federal a maioria acionária.
E a PLR?
Ainda que não tenha sido votada nesta proposta, a negociação também abrangeu sugestões de índices de PLR para o próximo biênio, com pagamento em 2024 e 2025. Na semana que vem, os sindicatos irão movimentar as bases sobre tais índices e as votações correspondentes.
Para o PLR, a Copel oferece:
2023/2024 – 65% fixo | 35% proporcional
2024/2025 – 60% fixo | 40% proporcional
A importância de um sindicato forte
A dificuldade e a duração desta campanha de negociação mostram a importância do trabalho das entidades sindicais na defesa dos interesses d@s trabalhador@s. Sem a atuação firme dos SEUS representantes na defesa dos SEUS direitos, a primeira proposta, que não atendia de forma alguma os interesses da base, teria sido colocada sem discussão sobre @s trabalhador@s.
Por isso, ainda que você tenha o direito de apresentar sua carta de oposição de desconto nos próximos 10 dias, a partir de amanhã (20/01), queremos convidá-l@ a nos ajudar nesta luta, mantendo o desconto e, caso deseje, filiando-se também a sua entidade sindical para fortalecer a luta por SEUS interesses e direitos. Com o quadro de incerteza que se desenha, se cada um permanecer sozinho será presa fácil do interesse de acionistas que não valorizam o seu esforço e trabalho, interessados somente em reduzir custos, aumentar lucros e dividendos e fazer VOCÊ trabalhar mais por menos. Os sindicatos existem para impedir que esse abuso contra VOCÊ ocorra. A sua participação nos dá força para defender o SEU direito. Trabalhamos POR VOCÊ, PARA VOCÊ e POR SEU BENEFÍCIO. Este acordo, cercado de dificuldades, é prova disso.