A proposta final da empresa

Ontem, os sindicatos informaram a base que apresentaríamos um estudo mostrando as razões pelas quais a nova proposta da Copel não atende os anseios das trabalhadoras e trabalhadores. Mais do que isso, acaba por resultar em perdas de direitos históricos e em prejuízo financeiro aos funcionários da empresa.

Para seguir com todo o processo dentro dos trâmites legais e também garantir a livre expressão da vontade da categoria, que é quem detém o poder de decisão, os sindicatos farão uma assembleia unificada – na modalidade on-line – no próximo dia 30/10. Isso é importante para que os prazos necessários para as publicações de editais, os encaminhamentos judiciais ou até paralisações sejam respeitados e cumpridos.

Conheça agora o que foi trazido pela empresa à negociação e onde se encontram as armadilhas da proposta:

  • Foram colocadas entre as cláusulas mantidas da última negociação a garantia dos PDVs subsequentes, a manutenção do quadro funcional e a manutenção do patrocínio à Fundação Copel. Historicamente, tais clausulas sempre foram renovadas a cada ACT; sua permanência não constitui um avanço, mas a manutenção de conquistas anteriores e um recuo da empresa na tentativa de atacar direitos básicos.
  • A clausula que trata da dispensa de empregados por justa causa foi excluída do acordo, sendo necessário renegociar os procedimentos deste processo.
  • Reajuste do Auxilio-creche pelo INPC (4,09%). Ainda que possa ser vista como um avanço, pois antes não havia previsão de reajuste, esta proposta embute uma perda real à classe, dentro do seguinte cálculo:
    • O Auxílio-creche está congelado desde out/2016, ou seja, sem reajuste nenhum neste período, o que criou uma defasagem de 40,23% (o índice de reajuste dos salários da empresa no período de 2017 a 2023). Os sindicatos pedem a recomposição do valor do auxilio, zerando perdas inflacionárias, no mesmo índice de reajuste salarial aplicado. Somando-se a isso o INPC do ano, o aumento total deveria ser de 45,94%, levando o auxilio ao valor de R$ 656,75.
  • Banco de horas: a obrigatoriedade da adesão de todas e todos os elegíveis somente valeria a partir de janeiro de 2025. As categorias não elegíveis são trabalhadores de call-center, trabalhadores em escala de revezamento e aqueles/as que reduziram sua jornada para 6h/dia. A empresa quer incluir eletricistas fora do banco de horas.
  • As clausulas sobre licença nojo e atendimento aos dependentes, que seriam reduzidas para dois dias, no primeiro caso, e para a compensação via banco de horas no segundo caso, somente valeriam para os futuros empregados da Copel, mantendo-se como estão hoje para os atuais trabalhadores da empresa. Ora, os sindicatos consideram que o trabalho sindical não é apenas para quem já está na empresa ou para quem é filiado. NÓS DEFENDEMOS A CATEGORIA INTEIRA DE TRABALHADORAS E TRABALHADORES. Criar esta separação apenas serve para fragilizar a unidade do proletariado e para a criação de castas, configurando-se em prática anti-sindical.
  • A empresa propõe aplicar a mudança na antecipação do 13o salário (em vez das copelianas e dos copelianos receberem a primeira parte em janeiro, como atualmente, receberiam em novembro, como em outras empresas) somente a partir de 2026. De novo: DIREITO ADQUIRIDO E NEGOCIADO NÃO SE DISCUTE.
  • Nas clausulas financeiras, a empresa recuou e somente quer deixar de fora do reajuste do INPC nos salários os gerentes dos níveis 6 e 7, o que atingiria cerca de 170 copelianos. Novamente: os sindicatos trabalham na defesa de TODAS E TODOS, não sendo concebível tratamento diferente entre a categoria, independente da função. Se no passado agimos contra o que víamos como favorecimento, em propostas que distribuiriam a PLR de forma diferenciada e criando castas, a mesma logica se mantém agora: NINGUÉM fora do reajuste.
  • A empresa sinaliza com a manutenção dos vales-alimentação e vale lanche dentro do PAT –Programa de Alimentação do Trabalhador, o que é bom, mas SEM REAJUSTE. Veja o cálculo de quanto cada copeliana ou copeliano perde com a ausência de correção:
    • perda mensal: 97,12 + 10,38 = 107,50
    • perda em 12 meses: 1.165,41 + 124,56 = 1.289,97

Aí estão as principais questões que a proposta levanta. Analise os dados e tome sua decisão. Na próxima semana, serão enviados o edital, a minuta completa da proposta e o link para votação. Faça sua voz ser ouvida e lute contra o retrocesso!!!