Previdência de Guedes embute nova reforma trabalhista para jovens

BRASÍLIA – A proposta de reforma da Previdência concebida pelo Ministério da Economia trará, embutida, uma nova reforma trabalhista. Para os jovens que ingressarem no mercado de trabalho terão que escolher entre duas opções: manter a carteira de trabalho atual, já com os ataques trabalhistas de Temer, que cortou direitos e avançou com os contratos de trabalho precários; ou, uma segunda opção, na qual direitos serão retirados em nome de ofertas de emprego e embates com os patrões serão resolvidos na justiça comum. Dessa forma, a segunda opção deixa a juventude, que hoje é a maior parte dos desempregados do país, impõe a juventude ainda mais precarização.

Nessa segunda hipótese não deverá haver, por exemplo, a figura do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) tal como existe hoje. Provavelmente o FGTS poderá ser usado no regime de capitalização.

Atualmente, a taxa de desemprego entre jovens é o dobro da taxa geral, chegando a 26,6% entre jovens de 18 a 24 anos, e Bolsonaro irá atacar justamente a juventude precarizada, retirando seus direitos desde o primeiro emprego e garantindo o lucro dos empresários. Enquanto 4,1 milhões de jovens não tem emprego no país, Bolsonaro vê nessa massa de desempregados uma oportunidade de aumentar ainda mais o nível e miséria e superexploração. Enquanto isso, ataca a educação, deixando milhares fora das escolas e universidades, atacando a liberdade de pensamento com projetos reacionários como escola sem partido, deixando a juventude pobre alvos fáceis para exploração e trabalho precário.

Além disso, Paulo Guedes também defende 65 anos como a idade mínima para aposentadoria, tanto para homens quanto mulheres, fazendo com que toda a classe trabalhadora trabalhe até morrer. Segundo o IBGE, a expectativa de vida média do brasileiro é de 75, chegando a muito menos em regiões mais pobres dos interiores do Estado, ou seja, quase literalmente, fazer os brasileiros trabalhar até morrer sob regimes de trabalho precários e salários baixíssimos.

A reforma da previdência planejada para jovens irá aumentar e apronfundar ainda mais as condições de exploração da juventude pobre e periférica, que hoje acaba sendo lançada à empregos com baixíssimos salários e sem direitos, com jornadas de trabalho extensas e condições terceririzadas e ultra precárias de trabalho,como o Telemarketing. No Brasil, são 1,4 milhões de trabalhadores do telemarketing, em sua maioria mulheres jovens que buscam o primeiro emprego.