Copel divide a categoria e acena com extinção do abono salarial

Comunicado – Campanha Unificada do ACT 2020/2022
SINDENEL – SINDELPAR – SINTEC-PR – SENGE-PR – STEEM – SINEL – SINDEL – SINDASP – STIECP SINTESPAR – SINDESPAR – SIEMCEL

Aconteceu hoje, 02 de setembro, por via remota, o segundo dia de negociações do ACT 2020-2022 da Copel. Presentes, além dos negociadores da empresa, dirigentes de todas as entidades sindicais que coletivamente elaboraram uma pauta unificada para a reunião com a empresa, firmemente imbuídos da defesa das conquistas e dos direitos adquiridos dos trabalhadores.
Durante os trabalhos, os sindicatos obtiveram o atendimento a praticamente todos os itens econômicos, com o reajuste salarial pelo INPC pleno nos salários, bem como a aplicação do mesmo índice às demais cláusulas econômicas, excetuando-se o reajuste do vale-creche (que, entretanto, continua como direito). A COPEL concordou com a renovação do ACT por 2 anos, o que traz a garantia da manutenção de todas as cláusulas do atual acordo.
O ponto de combate desta negociação tem sido o abono: a empresa reafirmou a sua intenção de acabar com o abono como parte do acordo coletivo, argumentando que se trata de um item anacrônico, não praticado pelo mercado em geral, principalmente o mercado privado, frequentemente citado como referência durante os debates. A proposta da Copel sobre isso é a de segmentar a categoria, colocando empregados em uma faixa e gerentes em outra, sendo esta última também estratificada em dois níveis. Para todos os empregados e alguns gerentes, seria pago metade do abono do ano passado agora em 2020 e para 2021 seria 25% do abono de 2019 e para alguns gerentes e superintendentes o fim do abono já em 2020, o que nos aponta a possibilidade de sua extinção para todos em breve. Os dirigentes sindicais externaram sua contrariedade com a proposta e a reunião de hoje foi interrompida para ser retomada amanhã, 03/09.
Embora a Copel utilize essa comparação com o mercado privado e pretenda aplicar uma política de meritocracia, ela é uma empresa pública. Ainda é, e deve continuar assim, levando em conta certamente as condições de atendimento, de bons serviços e produtos, mas também o bem-estar de seus trabalhadores, cidadãos do estado do Paraná. O abono é um dos itens que têm sido decisivos para os empregados, que acumulam perdas de massa salarial e poder de compra ao longo dos anos. Assim, em reunião interna, após a reunião com a empresa, os dirigentes sindicais decidiram não aceitar qualquer proposta que comprometa o abono ou que gere divisão dentro da categoria.
A reunião será retomada amanhã, a partir das 14:00, com a defesa do abono conforme está descrito na pauta de negociações deste ano. E seguimos para manter direitos e a unidade dos eletricitários do Paraná.