Aconteceu no final de março mais uma reunião quadrimestral entre os sindicatos dos trabalhadores da Copel e os representantes da companhia. Realizada em formato híbrido, a reunião teve como principal destaque a questão dos indicadores DEC/FEC e seu impacto para a população de várias regiões do estado que tem sofrido com interrupções de abastecimento.
O DEC (Duração Equivalente de Interrupções), que mede a duração média em horas de interrupção por consumidor no ano, e o FEC (Frequência Equivalente de Interrupções), que indica o número médio de interrupções por consumidor no ano, são os principais indicadores da qualidade do serviço prestado aos consumidores. A meta estabelecida pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) é de atingimento de 80% nestes indicadores nos conjuntos consumidores. No entanto, embora a companhia alegue ter atingido este valor, dados da própria ANEEL apontam que isso não procede: a Copel chegou à meta em 74,5% dos conjuntos em 2022, 68,1% em 2023 e em 2024 tem apenas 65,6% dos conjuntos atendidos dentro da meta.
Na reunião, os representantes da empresa atribuíram os problemas percebidos pelos consumidores a questões climáticas, citando o aumento da temperatura e de tempestades como responsáveis, pois afetam a solução de quedas de energia. Afirmaram ainda que há investimentos em prevenção, com a intensificação da manutenção preventiva e poda nas árvores. Os sindicatos apresentaram o descontentamento da população com alterações de tensão e quedas de energia, que chegam a afetar alguns municípios por até 10 dias. Diante do quadro nacional de energia, com ocorrências preocupantes de longas faltas de abastecimento e atendimento precário no restabelecimento do servió, como o caso da Enel em São Paulo, é essencial que os sindicatos pressionem a companhia, recentemente privatizada, para que não haja perdas para os consumidores, que são antes de tudo cidadãos.