Em tempos sombrios, começa a campanha salarial dos eletricitários.

No dia 31 de julho, o Sindelpar e os demais sindicatos que representam os trabalhadores da Copel entregaram à representação da empresa a pauta de reivindicações do ACT 2019-2020, resultado de extensa consulta à base nas últimas semanas. A entrega aconteceu em Curitiba, em evento que reuniu dirigentes sindicais e da empresa. A partir disso, o que esperar neste ano turbulento que temos enfrentado?

Todo ano você, eletricitário que acompanha o Sindelpar e se envolve com a categoria, lê as notícias sobre o início da campanha salarial na Copel e vê um discurso parecido: será um processo difícil de negociação. Ao longo dos anos temos repetido isso. E sempre foi verdade. Todas as vezes. Negociar um acordo coletivo de trabalho para milhares de trabalhadores é difícil. Todos nós queremos conquistas, queremos valorização; a empresa quer manter as coisas como estão e até questionar conquistas anteriores, repetindo também suas palavras e argumentos um ano atrás do outro: crise, crise, crise, competitividade, dividendos, acionistas e por aí vai. O que podemos dizer de novidade para o processo negocial?

A novidade em 2019 é que vivemos um momento de desinformação, de notícias falsas e, salvo raros momentos, terríveis. O que não é novidade é que vai ser difícil. Na verdade, bem mais do que em anos anteriores.

Os motivos para isso são não apenas a manutenção do mesmo grupo e dos mesmos interesses no poder em nosso estado — afinal não dá para dizer que houve renovação no poder quando o governador atual é um ex-secretário do anterior. As dificuldades que surgirão tem relação com o fato de que não mais lutamos para evitar a ameaça neoliberal, mas vivemos em um estado e em um país assumidamente neoliberais. Um lugar em que direitos trabalhistas são vistos como empecilhos, conquistas históricas são consideradas um resquício obsoleto e arcaico de governos de viés trabalhista. Se o processo, em nível federal, demora para se implantar definitivamente é porque o mandatário da nação está mais preocupado em espalhar mentiras nas redes sociais e em discursos, em ameaçar jornalistas de prisão, em desacreditar as instituições do que em governar e isso tem criado problemas para a implantação de reformas neoliberais mais profundas. Ainda assim, a reforma da previdência avança e será aprovada sem maiores intercorrências. E nós é que vamos morrer trabalhando.

No Paraná o discurso do mercado já se implantou, trazendo a logica do neoliberalismo para dentro do setor público. Os chavões da eficiência, do corte de gastos e da privatização se alastram pelo estado, nos corredores de empresas públicas e das escolas e universidades, estas em greve desde o final de junho, sofrendo ameaças de corte de ponto e de demissão de temporários.

Assim, tudo o que podemos dizer é que a negociação será tensa, marcada pela desinformação no zap-zap, pelos boatos e as fake news. Dizemos isso agora para que você se prepare e desconfie de cada mensagem que receber. Verifique as notícias que receber, não caia da armadilha de acreditar em algo que recebeu nas redes sociais ou em aplicativos: use a mesma internet que tem sido usada na disseminação de absurdos para checar as informações. Ao verificar que algo não é verdade, avise as pessoas que enviaram: não permita que a mentira vença.

Fique atento, acompanhe as notícias do Sindelpar e, na dúvida, cheque informações. Confira também a pauta unificada dos eletricitários no link para conhecer todas as reivindicações. Hoje, mais do que nunca, manter conquistas é a palavra de ordem. Nenhum direito a menos para os eletricitários do Paraná!

confira a pauta no link abaixo

Pauta-unificada-ACT2019-20